Centros de Reprodução Humana: projeto e licenças

ARQUITETURA DE SAÚDE

Os Bancos de Células e Tecidos Germinativos também são conhecidos como clínicas de fertilização ou centros de reprodução humana. Esses estabelecimentos de saúde coletam, transportam, registram, processam, armazenam, descartam e liberam células, tecidos germinativos e embriões, para uso próprio ou em doação, de natureza pública ou privada. A regulação desses espaços se baseia em critérios de segurança e qualidade dos produtos e serviços.

Laboratório de FIV

Atualmente as células, tecidos germinativos e embriões são produzidos ou manipulados em estabelecimentos licenciados pela vigilância sanitária local e com diferentes características das indústrias farmacêuticas e de produtos para a saúde. Assim, o monitoramento e controle sanitário desses estabelecimentos derivam de ações com todo o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária o qual possui competência de fiscalizar e licenciar esses bancos. Além disso, a Anvisa realiza os monitoramentos da situação sanitária e as edições dos regulamentos técnicos. 

Em São Paulo e em outros estados, o projeto de BCTG deve ser submetido à análise da vigilância sanitária estadual para emissão de Laudo Técnico de Avaliação até sua autorização. Esse processo deve conter o layout, memorial de acabamentos, manual de rotinas e procedimentos, seus responsáveis técnicos e o projeto de ar-condicionado.

Primeiramente, ter o acompanhamento de uma assessoria especializada no desenvolvimento dos projetos, faz com que a aprovação dos mesmos e a obtenção das licenças não precise de retrabalhos ou cause perdas financeiras. Para melhor entendimento, desenvolvemos tópicos que irão descrever de forma clara o projeto arquitetônico de Centros de Reprodução Humana.

Setor ambulatorial: recepção, esperas e consultórios

Para ter controle do fluxo de entrada e saída dos clientes, a recepção e salas comerciais necessitam ter contato visual com o acesso principal da clínica e salas de espera. O projeto deve conter um posto administrativo entre as salas de consultas e exames, para melhor monitoramento do movimento de clientes e prontuários. 

Além disso, a quantidade de consultórios e salas de ultrassonografia é determinada pelo número de ciclos/mês, assim como o FIV. É de suma importância que os espaços transmitam acolhimento, conforto, individualidade e privacidade. Dessa forma, é aconselhável que as salas de espera tenham diversos ambientes, menores e mais privados.

Sala de espera

Setor clínico: suítes ou repousos

Para a acomodação dos casais na hora do procedimento, o mais comum é ter suites. Cada uma com cama, cadeira de acompanhante, régua de gases, monitor cardíaco e armário com espaço para roupas e enxoval. Cada uma deve ter no mínimo 10 m² e ser equipada de sanitário, sem necessidade de chuveiro. Isso porque a vigilância sanitária os enxerga como leitos clínicos. Além disso, este setor precisa ser dimensionado para que a circulação de macas seja simples. 

No lugar das suítes, é possível ter apenas leitos de recuperação pós-anestésica. Desde que haja visão do posto de enfermagem e sanitário próximo para uso dos clientes. Por isso, ter um posto administrativo para monitorar e dar assistência aos leitos é imprescindível nesse setor.

Balcão de atendimento / Recepção da Clínica Mater Lab

Procedimentos: Coleta, transferência e laboratórios

Em suma, as salas de procedimentos/coleta devem ter no mínimo 20m², ter comunicação com o laboratório de fertilização in vitro (FIV) por meio de pass-throug. E ser precedida de vestiário de paramentação e de pias de escovação.  A sala de transferência embrionária pode ter apenas 12m², sem PT com o FIV.

Após o procedimento, a paciente é encaminhada para o repouso monitorado e depois ela vai para a suíte.

Sala de procedimentos e coleta

Este setor compartilha circulação com os laboratórios (FIV, Criogenia e Andrologia). E assim, para garantir diferencial de pressão, níveis de troca de ar e a filtragem exigida pela RDC, ele precisa de sistema específico de ar-condicionado.

Laboratório de FIV

Neste laboratório essencialmente, temos: incubadoras, micro manipuladores e workstations. Local onde o material genético é manipulado e onde os embriões se desenvolvem até o momento de serem implantados no útero materno.

Laboratório de FIV com vidros polarizados

Os micro manipuladores precisam de uma área classificada como ISO 5 ou estar sob uma micro fértil. Além disso, os micro manipuladores não podem sofrer qualquer tipo de vibração. Nesse sentido, mesas especialmente projetadas são necessárias.

As incubadoras determinam quais gases serão utilizados e existem diversos tipos desses equipamentos, podendo inclusive ser de cobre. Porém, toda a rede de alimentação dos equipamentos que exige um grau de pureza maior, deve ser executada com aço inoxidável.

Laboratório de Criogenia:

Local onde os materiais genéticos ficam congelados (embriões, óvulos e sêmen).  Portanto, é um espaço ocupado por diversos tanques de congelamento com nitrogênio líquido e requer pressão negativa, com exaustão rente ao piso e oxímetro com mostrador digital e alarme, visíveis desde fora da sala.

Laboratório de Andrologia:

Onde o sêmen é manipulado, seja para análise, para congelamento ou transferência para a fertilização in vitro. E assim, sempre que possível, esse laboratório fica próximo à sala de coleta seminal, interligados por pass-through.

Nós da ACR Arquitetos Associados desenvolvemos projetos para Centros de Reprodução Humana  seguindo os protocolos e dentro das normas da Vigilância Sanitária. Nosso objetivo é entregar excelência para os nossos clientes e projetar espaços com identidade e alto impacto para todos.    

Assim como o projeto da Clínica Mater Lab, também faz parte do nosso portifólio a Originare, Nilo Frantz, LabForLife. E ainda: Fleury, Clínica Huntington (Ibirapuera e Vila Mariana)  e Clínicas Huntington Campinas

Para mais detalhes sobre a nossa forma de trabalho, confira nossos projetos e nos acompanhe no Instagram e LinkedIn!

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ARQUITETURA DE SAÚDE

2 de agosto de 2022