A Unidade Ponte Estaiada é um Centro Integrado Cardiológico e Neurovascular. Oferece um ambiente preparado, especialmente, para a realização de serviços multidisciplinares, com o intuito de investigar possíveis condições clínicas específicas, com foco nas áreas de Cardiologia e Neurologia.
A unidade tem cerca de 3 mil m², ocupa parte do térreo e todo o primeiro andar de um edifício corporativo na zona sul de São Paulo, além de contar com uma grande área técnica no primeiro subsolo e no mezanino.
cliente: Fleury Medicina e Saúde
projeto: Centro Integrado Cardiológico e Neurovascular
local: São Paulo
área: 3.500 m²
ano: 2014
fotógrafo: Vitor Barão e Nelson Cohn
Desafio 01: O espaço
O primeiro desafio foi adaptar um espaço projetado para escritórios em open space, em um centro diagnóstico. Enquanto o primeiro era aberto, o segundo foi totalmente compartimentado e ocupado com equipamentos de alta tecnologia, muitos deles que exigem controle de vibração, blindagem radiológica, magnética e eletroestática, além de pré-requisitos em matéria de TI, segurança e normas específicas na área de saúde.
Foram necessárias muitas interferências como: reforçar a laje existente, para suportar o peso da Ressonância Magnética, e construir uma laje flutuante, para controlar a vibração do equipamento; furar a laje protendida para instalar um elevador privativo, geradores e uma central de ar-condicionado própria, que atendessem a demanda requerida pelos equipamentos, dentro dos parâmetros da certificação de sustentabilidade.
Graças ao pé direito de 11 metros do térreo, foi possível construir um mezanino técnico para abrigar os estabilizadores da RM, equipamentos de TI e de ar-condicionado – que ficou no entreforro.
O edifício ser novo e certificado no LEED contribuiu, mas seu formato triangular dificultou bastante. Começamos o projeto mapeando os acessos, a setorização e a circulação de modo a explorar este formato, favoravelmente, e garantir o máximo de iluminação natural.
No 1º. pavimento, a circulação une as diferentes salas de espera, sempre com iluminação natural, o que dá orientação ao usuário.
Ao mesmo tempo que a circulação horizontal integra, temos muito setores distintos como: Análises Clínicas, Exames Femininos, Ressonância Magnética e Tomografia Computadorizada, Medicina Nuclear e de Cardiologia.
Layout do térreo
Saguão de entrada com elevador privativo para o primeiro andar e setor de análises clínicas.
Layout do mezanino técnico
Foi aproveitado o pé direito de 11 metros, para instalar uma área técnica de TI e os estabilizadores da Ressonância Magnética.
Layout do primeiro pavimento
Onde esta o Centro Cardiológico e Neurovascular.
Desafio 02: a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design)
O desempenho energético é um quesito muito importante pois, na área da saúde, alguns equipamentos consomem muita energia. Para viabilizar a certificação, projetamos 90% da iluminação em LED. O ar-condicionado foi automatizado, instalamos equipamentos com certificação Energy Star e empregamos motores de alta eficiência e desempenho.
Foram selecionados materiais de acabamento, evitando grandes deslocamentos, e de fácil renovação. A obra foi amplamente supervisionada, para garantir a qualidade ambiental do ar interno.
Desafio 03: o design
Esta unidade de atendimento foi a primeira a receber o novo conceito arquitetônico, derivado do branding de marca elaborado pela GAD Design. A marca deixou de ser tão geométrica e passou a ser mais fluída e leve.
O conceito foi aproximar a empresa do cliente, mostrando que a marca é mais do que excelência em serviços de saúde, mais do que tecnológica, é também humana e próxima, acolhedora e pessoal.
A paleta de cores deu maior liberdade na escolha de alguns móveis e o design do logo, mais curvilíneo, levou a desenhos e layouts mais orgânicos.
Todo ambiente afeta as sensações e emoções humanas, sendo assim, o espaço arquitetônico de uma empresa é uma ótima oportunidade para transmitir ao cliente a visão e o conceito da marca, estimular a comunicação e empatia com o usuário. Daí vem a importância de se construir uma identidade arquitetônica. Valores como segurança, organização, pessoalidade, conforto e tecnologia perpassam todo o desenho de interiores.
O lobby teve o pé direito de 11 metros rebaixado para 9 metros, altura que manteve a imponência do espaço. Elaboramos um jogo dinâmico de volumes retroiluminados, em algumas paredes, e exibimos o logo em forma de uma longa fita, que vem do teto e desce pela parede.
Os counters deixaram de ser mesas enfileiradas, as salas de espera agora com layout de lounge, as áreas de café revestidas de madeira, com móveis confortáveis em cores cítricas, que reforçam a nova identidade.
O espaço de café de clientes é um ponto alto do atendimento. Por ser uma tradição do grupo, é um ambiente muito valorizado.
Foram utilizados forros de madeira para marcar a área das esperas, no teto, e criados espaços exclusivos para gestantes, mulheres e crianças.
Cada corredor e sala de exame foram elaborados, demonstrando o cuidado dedicado ao cliente, em seus mínimos detalhes.
A sala de Ressonância Magnética recebeu iluminação cênica.
Sala de Tilt Test com ambientação temática.
Áreas técnicas, como a de manipulação de rádio-fármacos, tiveram tratamento especial, de blindagem e segurança.
Desafio 04: a padronização
A partir deste piloto, mais uma unidade foi realizada, nos mesmos padrões, para aperfeiçoar e testar as escolhas, em outras circunstâncias. Foi então que ACR Arquitetura elaborou o book da marca Fleury, padronizando todos os ambientes, suas medidas, móveis, acessórios e infraestrutura.
Este book, ou caderno técnico de diretrizes, é um instrumento muito importante para compilar as informações técnicas e de ambiência e garantir que a experiência e o conhecimento adquiridos, não se percam através do tempo, ou com a mudança de profissionais internos ou externos da empresa.
O book também materializa e documenta a identidade da marca, mas deve ser constantemente atualizado e/ou revisado.